domingo, 7 de outubro de 2012

Perseguição e repressão aos estudantes na Fundação Santo André




Divulgamos nosso material de denúncia.

Educação a serviço de quem?


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A quem não sabe, atualmente, 7 estudantes da FAFIL estão sofrendo um processo de sindicância, movido pela reitoria da FSA. Acusados de vandalismo, perturbação da ordem e dano ao patrimônio público, os estudantes estão sendo chamados a responder a inquéritos que visam os incriminar, correndo estes ao final da sindicância o risco de ser expulsos da Universidade e perder seu direito de estudar. Professores também já foram desligados e estão sendo processados, a Associação dos docentes da FSA denunciou em uma carta aberta a perseguição aos professores.

Cacalano e seus parceiros de gestão têm acumulado impopularidade por meio dos ataques desferidos contra a comunidade acadêmica, como o aumento das mensalidades, o fechamento de turmas, sua férea política de cobrança de mensalidades, o impedimento da matrícula dos inadimplentes, seu autoritarismo e outras medidas e já tinham anterioremente ainda neste ano encampado processos administrativos contra outros estudantes.

Na tentativa de aplicar com maior tranquilidade uma política que só favorece a si própria, recentemente, a gestão Cacalano, com o fiel apoio de Miriam Lernic, Diretora da FAFIL, têm também marginalizado e fechado espaços históricos de representação e luta dos estudantes por não serem convenientes a aplicação desta política. Por esse motivo o Diretório Acadêmico, que é um histórico aglutinador da resistência contra esse tipo de políticas, foi emparedado e considerado ilegal.

Da legalidade para a ilegalidade, do legítmo para o ilegítimo, a reitoria apresenta: o samba da conviniência!

Apesar de não reconhecer a legalidade e legitimidade do Diretório, a reitoria entrou com processo contra uma estudantes representante do DA pedindo uma indenização de R$10.000,00.

Em 2009, a gestão Cacalano se elegeu de forma oportunista subindo nas costas do movimento estudantil, que rechaçava a reitoria da época. Para isso, àquele tempo, a gestão Cacalano considerava legítima a representação estudantil: hoje, não mais.
Fica claro portanto que para a reitoria, o reconhecimento ou não da representação estudantil é portanto abritrário, muda de forma quantas vezes for necessário, da forma que melhor convir.

Existe uma clara contradição dentro da FSA. Em seu discurso a Universidade defende a democracia, mas em sua prática cotidiana criminaliza a luta política. Contradiz igualmente seu próprio regimento e ordenamento jurídico que diz que todos podem se manifestar e se expressar, inclusive mediante críticas.

Diferentes gestões, o mesmo projeto..

A gestão Cacalano não pode ser vista porém como o único problema dos estudantes. Se fosse assim, a derrubariamos, como já derrubamos outros no passado e tudo se resolveria.

O projeto de Universidade que tenta aplicar a atual reitoria na FSA se assemelha a muitos outros aplicados em diversas instiuições de ensino no país, pois reflete uma política geral para a educação em uma sociedade comanda por uma minoria de empresários em detrimento das necessidades da maioria trabalhadora. Neste contexto, a educação está afinada ao seu projeto para a sociedade como um todo e se subordina às necessidades do capital e do mercado, o que inclui a tendência à elitização e privatização do pouco que resta do ensino de público superior de qualidade e a crescente mercantilização geral da educação por meio do incentivo às instituições de ensino privadas, com um assustador rebaixamento da qualidade de ensino.
Por uma outra educação

Lutamos por uma educação na contramão disso, que atenda às necessidades dos trabalhadores, que seja pública, laica, gratuita e de qualidade. Lutamos para que possamos tomar conhecimento do partimônio teórico produzido até hoje pela humanidade e que ele esteja a serviço do bem-estar da sociedade não do lucro de um punhado de capitalistas. Acreditamos que isso só é possível por meio da reorganização dos estudantes não só na FSA como nacionalmente.

Denunciamos a perseguição aos estudantes, por meio destas medidas arbitrárias, sem nenhum embasamento ou prova concreta, que impedem a livre organização dos estudantes
Lembramos à reitoria que não cabe a ela decidir sobre a legitimidade do D.A, e sim aos alunos, somente aos alunos, e estes elegeram sua diretoria e a consentem.

Repudiamos a tentativa da reitoria de desmobilzar o movimento estudantil para que mais facilmente aplique suas políticas de sucateamento da FSA

Entendemos as sindicâncias e processos administrativos em curso na FSA como parte de um processo maior de criminalização dos movimentos sociais e organizações de trabalhadores, como a prisão de 73 estudantes na USP, os processos administrativos a estudantes e funcionários, a repressão, violência e prisão dos estudantes da UNIFESP Guarulhos, a repressão aos diversos movimentos de luta por moradia no último período.

Alertamos para o cerceamento da liberdade de expressão cada vez maior e mais explícito dentro da Fafil, onde a livre organização dos estudantes está sendo tratada como uma atitude criminosa, passível de investigação e punição.

Reconhecemos o Diretório Acadêmico como ferramenta de luta dos estudantes.

Chamamos aos estudantes a construir uma ampla campanha contra a repressão dos que lutam, somando-se em repúdio às atitudes persecutórias da reitoria e em defesa do diretório acadêmico como ferramenta de luta legítima dos estudantes.


Juventude do Espaço Socialista

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