domingo, 30 de outubro de 2011

Nota oficial da ocupação da administração da FFLCH

Movimento Ocupa Usp contra a repressão, FORA PM, Fim de todos os processos, Fora Rodas!!!

Nota oficial sobre a ocupação da administração da FFLCH

Na última quinta-feira, dia 27 de outubro, por volta das 18h, três estudantes foram abordados dentro de seu carro, pela polícia militar, no estacionamento da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Estes estudantes tiveram seus documentos confiscados e seu carro revistado por estarem, segundo a polícia, consumindo maconha. Esta não foi a primeira vez que a PM entrou no campus para reprimir estudantes. Trata-se de mais uma demonstração da política de repressão que vem sendo imposta na Universidade pelo reitor João Grandino Rodas, investigado por corrupção pelo Ministério Público. Este reitor, que não foi eleito pela comunidade universitária, tem uma ampla ficha de repressão aos estudantes e movimentos sociais.
A repressão foi acentuada com a assinatura de um convênio (entre a reitoria da USP e a PM) que foi firmado em setembro deste ano, sem a mínima consulta à comunidade universitária. Este convênio permite a entrada ostensiva da polícia no campus e prevê a instalação de quatro bases militares no campus Butantã. Os policiais têm abordado indiscriminadamente estudantes e trabalhadores. Com isso, o Reitor tenta impor seu projeto de privatização da Universidade, que já vem se concretizando através da terceirização e a precarização do trabalho e ensino.
A abordagem da PM indignou @s estudantes, que começaram a se reunir em volta d@s policiais buscando impedir uma ação mais violenta contra @s alun@s. Mais de quinhentos estudantes se uniram para impedir a prisão dos três universitários que haviam sido abordados. A polícia continuou irredutível e chamou reforços, totalizando 15 viaturas, só no estacionamento da FFLCH. Com o aumento da força policial mais estudantes se juntaram para defender a autonomia da universidade, se posicionando contra a repressão policial. Em um ato de protesto contra a repressão, centenas de estudantes se colocaram em frente as viaturas para evitar a detenção dos estudantes. A partir deste momento, @s políciais, que estavam, em sua maioria, sem idenificação pessoal, partiram para um violento confronto físico, saindo do campo das ameaças e ofensas verbais para agressões com gás lacrimogênio, spray de pimenta, bala de borracha e cassetete.
Diante da truculência da polícia, @s estudantes, que se mobilizaram contra a repressão e a violência, se defenderam conforme podiam. Após três horas de tencionamento e meia hora de confronto físico, os polícias deixaram a universidade. @s estudantes não se deixaram intimidar pela violência da polícia. Após a assembleia realizada pel@s mais de quinhentos presentes foi decido pela ocupação da Administração da FFLCH como forma de lutar contra a repressão na USP.
Seguiremos ocupad@s até que o convênio (USP- PM) seja revogado pela reitoria, proibindo a entrada da polícia militar no campus em qualquer circunstancia, bem como a garantia de autonômia nos espaços estudantis, como o Núcleo de Conciência Negra, a Moradia Retomada, o CANiL_Espaço Fluxus de Cultura da USP, entre outros. Continuaremos aqui até que se retirem todos os processos criminais e administrativos contra @s estudantes, professores e funcionári@s da USP.
São Paulo, 28 de outubro de 2011.
Movimento de Ocupação.

2 comentários:

  1. Pergunta: Qual o papel da juventude do espaço socialista na ocupação da reitoria, decidido à revelia do DCE? E qual o impacto dessa ocupação na luta de classes aqui no Brasil ou só terá impacto nas eleições do DCE já marcada aí na USP?

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  2. A juventude do Espaço Socialista têm se colocado contra a presença da Polícia não apenas na USP, mas em qualquer universidade, por entender a Polícia como uma instituição de repressão à classe trabalhadora e seus movimentos. Entendemos ainda que o Brasil hoje passa por um processo de intensificação das políticas repressivas, com a instalação de UPP´s nas favelas cariocas, a coronelização das subprefeituras paulistanas, as políticas de internação compulsória e a criminalização dos movimentos sociais.
    Temos visitado na medida do possível a ocupação da reitoria da USP, buscando compreender seus impasses, prestar solidariedade e contribuições. Ressalto que não estudamos na USP o que nos limita sempre a uma visão mais estreita das problemáticas internas do movimento de lá.
    Seus impactos no país ainda não estão definidos, mas existe uma tendencia perigosa de se seguir o exemplo da reitoria da USP e instalar mais bases políciais nas universidades do país, o que limitaria as possibilidades de organização dos estudantes. Caso a esquerda continue seu processo de auto-mutilação na USP, podemos assistir talvez em pouco tempo, tal como na UNB a subida de DCE´s de direita, ou ainda pior, de DCE´s que se afirmam esquerda mas que buscam políticas que não rompam com o policlassismo estudantil e por isso não apresentam-se como instrumentos da classe trabalhadora.

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